Mito: A obesidade se dá em familias inteiras porque seus hábitos são errados.
Verdade: A obesidade se acumula em certas familias, isso é verdade. Mas deve ser atribuída a dois fatores - genético e ambiental - que pode-se chamar de ambiente tóxico.
Um estudo estudo realizado no Canadá pela equipe do dr. Claude Bouchard na Universidade de Laval, em Quebec, ministrou uma superalimentação durante 100 dias a individuos (12 pares de gêmeos); todos eles ganharam peso, mas alguns, muito mais do que os outros. A variação do ganho de peso nesses 100 dias foi de 4kg para os que ganharam menos peso e até 12kg para os que ganharam mais, mostrando que existe uma tendência individual de ganho de peso numa superalimentação.
Mito: A obesidade é sempre causada por um problema hormonal.
Verdade: As causas orgánicas endocrinológicas são de no máximo 5% ao total. Pode ser causada por problemas hormonais, sim, mas não sempre!! Uma deficiêcia hormonal da tireóide pode levar ao quadro clínico de hipotireoidismo.
Ou uma doença que provoque excesso na produção de cortisol ou de cortisona é uma hormônio eminentemente engordativo, por isso pacientes que tomam esse hormônio tendem à engordar, assim como aas pessoas que produzem cortisou ou cortisona em excesso.
Problemas pancreáticos com produção aumentada de insulina, particularmente os tumores chamados insulinomas, levam à obesidade hormonal. Os insulinomas, por produzirem uma grande quantidade de insulina e por esta diminuir os níveis de glicemia - açúcar no sangue -, fazem com que a pessoa coma freqüentemente para não se sentir mal. obviamente essas pessoas ganham peso.
Doenças da hipófise e doenças do ovário - principalmente aquelas relacionadas a um quadro de excesso de pêlos e acne e menstruações irregulares - também podem causar obesidade.
Mito: O indivíduo se torna obeso por problemas emocionais.
Verdade: Não é verdade aquela história de que todos os obesos tem peculiaridades que os fazem engordar. Uma série de estudos já foram realizados - não existe personalidade própria dos obesos. O que existe é: em decorrências emocionais do fato de o indivíduo ser obeso, de o indivíduo se sentir um pouco á parte do mundo normal, humilhado, desmoralizado e envergonhado pelo fato de ser obeso. Isso pode fazer com que ele desenvolva determinados traços de caráter que são conseqüência e não causa da obesidade, como por exemplo falta de auto-confiança, desejo de ser agradável, vergonha do corpo, problemas sexuais, etc.
Nãi vou negar que existem pacientes obesos que ganham peso em decorrência de problemas emocionais, mas também ninguém pode negar que existem pessoas magras que passam a comer menos por causa dos mesmos problemas emocionais.
Deve existir base - genética em muitos casos - que faz com que, em determinadas situações emocionais, individuos predispostos se tornem obesos.
*Pronto a sofrer alterações quando surgir novos estudos-mais recentes.
Halpern, Alfredo.
Obesidade/alfredo Halpern. 5ed. - São Paulo
Contexto, 2001.
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